sábado, 27 de outubro de 2012

289# Semanário Adolescente - 4#


  Andar no secundário é como navegar num mar desconhecido: não sabemos o que é que vamos enfrentar. E é isso, todos os dias, mesmo tendo o horário decorado e conhecendo os nossos colegas e professores.
  Como me é comum, não me recordo do início da minha semana. Não sei, há qualquer coisa às segundas feiras que me fazem esquecer, em parte, o que é que fiz. Só sei que joguei volei e,  honestamente, não me saí muito mal, marquei, sem exageros, metade dos pontos da equipa.
  Terça feira também me passa ao lado, mas é aqui que as coisas começam a tornar-se, de algum ponto, engraçadas. Tivemos uma aula de Psicologia diferente das outras. Nesta, sentamo-nos em grupo e discutimos a matéria, dando a nossa opinião, pensando e pesquisando. Foi a primeira aula que me deixou satisfeita. Mas, como era de esperar, algures pelo meio, houve sempre discussões sobre matérias que não faziam parte da aula. Uma delas, foi a minha relação com o A.
  Acho deveras engraçado o facto de as pessoas verem-nos como um potencial casal. Eu não o faço e duvido que ele pense nisso sequer. Somos amigos. O que realmente me fez rir no meio disto tudo, foi quando a minha colega, disse que eu ficava corada. Realmente ri-me. Meio pela piada, meio pela ponta de vergonha dos comentários, mas é impossível uma pessoa com o meu tom de pele ficar vermelha! A sério. Com isto, ri-me ainda mais. Esta ficará  guardadinha na minha mente, só para mim por um longo tempo.
  Quarta-feira... Quinta-feira... Sexta-feira!
O dia de hoje foi awesome! Encontrei amigas que não vi há muito tempo, a Will e a Franckie. Cada uma com a sua vida, os seus planos, as suas loucas, mas o mesmo sorriso, a mesma forma de ser dos anos passados. Ainda bem! É bom ver que as pessoas não mudam por saírem do ensino secundário, ver que não se sentem superiores.
  Perdi a aula de Psicologia. Eram revisões! A culpa não foi minha. Podia jurar que tinha adormecido por dez minutos. Mas não! Adormeci por uma hora. Devo ter-me levantado então pelas sete e meia. Ainda olhei para o relógio, mascavam 8:04  e eu, na minha serenidade, ignorei o assunto, como se tivesse visto 7:04. Por volta desta mesma hora, perguntei ao meu irmão se ele não estava a atrasado e ele fitou-me com  um ar estranho e fez-me a mesma pergunta. Apenas aí é que tudo se iluminou na minha mente. Eu estava mais do que atrasada. Já não conseguia assistir à primeira aula, Psicologia. Adeus revisões. Suspirei para comigo mesma, tirei o livro da mala, joguei-o para cima da cama e esperei pelas nove, para apanhar, o bus, pois entrava às dez e cinco e demoro cerca de uma hora para chegar à escola.
  Conclusão: fui para a escola para ter apenas uma aula, Português. E deixem-me dizer-vos uma coisa: Valeu a pena! Nunca me ri tanto numa aula como naquela.
  Sei que deveria estar atenta, a tirar apontamentos. Tentei, juro que tentei, mas não deu. Toda aquela aula foi a junção de todas as piadas sexuais e engraçadas possíveis. Nem os exemplos que a setôra deu para a Anáfora safaram-se. Foram vítimas das mentes perversas das vinte pessoas que estavam naquela sala.
  Perguntam-se, a Setôra percebeu o que é que se passou? Não, não percebeu, contudo, ficou furiosa e lançou um belo berro. O seu grande erro surgiu depois, quando nos mandou abrir a página 69, pois íamos responder às questões oralmente. Eu e o A. olhámos um para o outro e fomos os primeiros a rir, o resto foi atrás e acredito, honestamente, que a aula terminou ali, com as nossas mentes perversas a funcionar a alto gás.
  Na hora de ir para casa, fui com duas colegas, a Sophie e a Angie. Antes disso, ainda troquei o meu guarda-chuva com o da Ebbie e nem dei conta, a Angie ficou na brincadeira com o Lopes, o seu ex-namorado e agora amigo, enquanto eu esperava. Quando ela se viu livre caminhamos até ao metro. Entre a conversa, afirmei que eu era tolerável e que podiam perguntar ao A., pois ele estava sempre a aturar-me. e a Angie disse: Sim, isso entre vocês já dura há mais tempo - isto tendo, anteriormente, como relação, um comentário sobre o Lopes. E ist deixou-me a pensar, porque, juntanto com outras coisas que tenho ouvido esta semana, a minha turma acredita que eu e o A. vamos mesmo ter uma relação mais cedo ou mais tarde. Com isto em mente, desatei a rir-me que nem uma desalmada e segui para o metro.e coloquei a leitura em dia. Ia levando com uma porta do bus, todavia, isso foi o menos.
  Não sei ao certo o que é que se passa com a minha mente, porém, ando muito sorridente e otimista. Acho que me cansei de ver tudo de modo muito racional.
  Agora, a meia noite, a converca com o A. continua e, de modo algum, as nossas discussões podem ser consideradas culturais. 



PS: Não pensem muito os nomes que dei às pessoas, nada têm a ver com os nomes que realmente possuem. 

T.G.I.F.
Nameless

2 comentários:

  1. Hi!
    Estou a ver que a tua semana foi boazinha, até :)
    Isso de estarem sempre a formar casalinhos é irritante? Pelo menos, quando fizeram algo semelhante comigo, eu detestei, pois tinha de ouvir "olha o casal!" e coisas do tipo durante o dia todo, porque o meu "querido" colega de turma não se calava. Quando ele foi embora fiquei super feliz!
    Olha... escreve-se "setôra" ou "stôra"? Fiquei confusa, pois pensava que não levava o "e"...
    Beijinhos, Alyra*

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  2. Olá!
    Sim, Alyra, tive uma boa semana, mesmo sabendo que tenho um teste muitop negativo a receber. :P
    Eu não me incomodo com isso dos casalinhos, tem a sua piada, se não exagerarem no assunto.
    Eu tenho por hábito escrever setôra, porque, geralmente, é assim que digo a palavra, no entanto, escrevê-la sem o "e", não está errado.

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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire