276# Semanário Adolescente - 3#

 Esta semana:

*Segunda-feira*

- Entendi que, afinal, não sou assim tão má a futebol, mas, sinceramente, podia ser bem melhor - porém não acredito em milagres, não neste caso.

- Dei comigo a detestar a minha diretora de turma e as suas aulas, mais uma vez.

- Entendi que dou-me cada vez melhor com a minha turma - embora estejamos no último ano.

- Durante noventa minutos, eu e mais seis colegas estivemos metidos numa luta de materiais, mochilas e outros objetos voadores não identificados. O que fez com que quase fossemos para a rua.

- Ri-me mais do que o normal, não sei, acho que ando feliz. 

 *Terça-feira*

- Deitei-me as quatro e meia da manhã para ver Transformers 3, sabendo que tinha de me levantar duas horas depois. Pois bem, não me levantei, deixei-me adormecer e não fui à aula.

- Entendi que tenho de largar o que já me incomodou e move on with my life. Nada pode durar para sempre.

- Parei de escrever, para pensar no que realmente quero escrever. Tenho muitas ideias, mas apenas duas mãos.

- Faltei às aulas para ir passear pela Baixa, precisava de passear, de caminhar até o Terreiro do Paço, subir até o Castelo de S. Jorge. Ver a paisagem, o Cristo Rei ao longe, o pôr do sol. Precisava de voltar para casa fora de horas.

*Quarta-feira*

- Perdi a vontade de ir para a escola, parece-me tudo tão chato. Cinzento, muito preto no branco. Deveria gostar, no entanto, odeio lírica e, até Fevereiro, não vamos dar outra coisa à Português. Em Inglês ainda me divirto, porém, não é nada de maism sinto e sei que não estou a aprender. A Psicologia... Não sei, nunca tinha tido tal disciplina, ainda não sei no que pensar. Falta-me uma disciplica... Não, duas. História e Ed. Física. Esta última é a única que me vai aliciando a vontade, já a primeira -.-'' Matem-me enterrem o meu corpo longe da minha escola. Dramático? Talvez, mas não o suficiente. Odeio aquelas aulas, aquela professora, a forma como ela explica a matéria - lendo e lendo o livro. Irrita-me a maneira que ela tem de ser e a mania de achar que sabe tudo e que nos dá lições de português quado nem ela fala corretamente a sua língua.

- Por outro lado, aborreço-me por estar em casa. Por ter de ouvir os maus pais a dizer que eu apenas tenho de ir para a sala, não levar faltas e não julgar os professores. Aborreço por estar farta de estar em casa. Aborreço-me por... enfim... Não mudar mais do que realmente gostava.

*Quinta-feira*

- Esta semana ainda fui esmagada no metro, parecia uma sardinha em lata.

- Dei por mim a andar de nariz empinado e entendi que ando sempre assim - segundo a linguagem corporal, posso ter o ego demasiado elevado, ou então, uma boa auto-estima. Pessoalmente, acredito que só tenho uma boa postura.

*Sexta-feira*

- Frio? Sim. Chuva? Não. Aulas? Muito menos. Falta-me qualquer coisa.Aquelas paredes brancas, aquele número interminável de escadas. A rotina! A rotina! O mesmo autocarro, as mesmas pessoas, as mesmas expressões. O desprezo por quem passa. A pressa para entrar np autocarro e tomar um lugar, embora saia duas paragens depois. 

- Passei o dia a ler, a cozinhar, a pensar e sem vontade escrever, logo, o meu terceiro dia de reabilitação criativa não foi, nem de perto, doloroso, como descrevi no post passado.

- Seja lá o que for o dia de amanhã, tenho de arranjar uma forma de justificar a falta de hoje. Logo invento uma mentira. Não posso andar a faltar por pouco ânimo de entrar na escola - que mais parece um hospital psiquiátrico.

- Resumidamente, esta foi a minha semana. Já sei. Bastante chata. Não tenho dramas - mesmo que tenha, não os colocarei aqui. Não falo de moda - não é algo que me interesse. E não falo de famosos ou do último concerto a que fui. Talvez porque não me recordo de qual foi. Sou uma estudante. Não uma agente secreta. A minha vida não vai ser mais interessante do que isto. Só se me casar ou descobrir que sou herdeira de uma fortuna. Contudo, com os tempos em que estamos, ninguém morre com a intenção de deixar o que tem para trás. 

Bom fim-de-semana. Prometo-vos duas críticas brevemente.

Nameless