- Podia jurar que ele sempre conhecera as minhas intenções,
porém, quando apontei-lhe a arma e puxei o gatilho, entendi que estava errada.
Atirei a bola anti-stress contra a parede e voltei a
apanhá-la com uma só mão.
- As pessoas mostram-se sempre estranhas quando queremos que
elas reajam, normalmente – continuei sem olhar para o homem que me ouvia. – Tal
como o meu filho mais novo. Um dia, ao jantar, olhei para ele, todo regalado a
comer e perguntei-lhe: Sabe-te bem? Ele respondeu que sim, com um grande
sorriso e voltou a comer. Sabe o que é que eu lhe disse a seguir? – indaguei entre
uma gargalhada curta e baixa. – Disse-lhe: Ótimo, porque, o que estás a comer,
é o teu pássaro.
Atirei a bola anti-stress ao chão e voltei-me, pela primeira
vez, para o psicólogo. Sorri-lhe e pisquei-lhe o olho.
- Não me julgue, em tempo de guerra não se limpam armas.
E voltei-me então para a frente com o mesmo sorriso
glorioso, enquanto ele mirava-me, piscando os olhos de quando em quando, como um louco.
Sorte nº17, Nameless
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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire