- Disseste não – afirmou ele fazendo ressoar os seus passos
pela sala. Os seus braços deixavam-se ficar no peito, cruzados. – Porquê?
Não correu nem um segundo de silêncio e já ela lhe
apresentava um conjunto de desculpas pelo seu comportamento na noite passada:
Não se sentia pronta para casar; precisava de pensar; não sabia o que
responder; estava em choque.
Entre tantas palavras e gaguejos, a sua mão correu entre o
ar, cortando a distância entre os dois e atingindo a face da mulher que lhe
tinha respondido.
- Entende – declarou enquanto se agachava –, digas sim ou
não, serás minha.
Um anel saltou-lhe do bolso, rolou pelo chão e caiu, com um
som metálico. Entrementes, o corpo caído estremeceu, ao mesmo tempo que o seu
rosto voltava-se para baixo, sentindo o latejo daquela mão deformada na sua
face.
Sorte nº17, Nameless
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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire