E
isto faz-me sentir mal. Irritada! Furiosa. Com vontade de fazer parar o mundo,
de olhar para cada uma das pessoas que conheço e perguntar: E se fosse a pessoa mais importante da tua
vida a cometer suicídio, ainda gozarias com alguém?
Sinceramente, digo-vos com honestidade,
não me recordo da última vez que gozei com alguém, que pontei o dedo para dizer
que ela não sabe fazer algo, que não presta para isto ou aquilo, que não nasceu
para fazer seja o que for. Porém, recordo-me na perfeição das situações em que
critiquei atitudes, em que disse palavras menos simpáticas e agi de forma
errada. Pedi desculpa por isso, admiti ter errado e, se não o fiz, tenho de o
fazer.
A minha irmã falou-me deste vídeo no
início da tarde. Não dei grande valor, porque já vi imensos idênticos sobre acontecimentos
que se deram nos U.S.A e mesmo aqui, em Portugal e na Europa. No entanto,
quando o meu colega postou o vídeo no Facebook e eu cliquei para o ver,
enervei-me, comigo mesma, por não ter feito caso e recordei-me de algo que uma
amiga minha disse-me ainda ontem, se não me engano: “Eu poderia nem cá estar” e
eu respondi-lhe com um credo.
É motivo para dizer credo, é motivo para
evitar o pior e desejar que nada de mal aconteça, nunca.
Depois de ver o vídeo, coloquei-m e a
pensar: Como é que os pais se devem sentir depois de tanto esforço para que ela
se sentisse bem? Quão grande é o sentimento de inutilidade ao encontrarem um
filho morto, mutilado, enforcado, afogado, seja como for? E penso ainda: Como
podem-se uns rir da dor dos outros? Não sabem que a Grande Equalizadora
atinge-nos a todos? À vez, sem piedade. Agindo juntamente com o karma, ou a
vontade de Deus, como quiserem pensar. Eu acredito em Karma e, honestamente,
tenho na minha mente que, o que a Amanda, a rapariga sofreu e ainda sofre, pois
nem depois da sua morte deixam-na em paz, vai ser cobrado e vai afetar aqueles
que a fizeram sofrer.
É mau? Sim, é, mas a vida é uma cabra
que nos fode a todos.
Ver os comentários no Youtube
deixaram-me de queixo caído. Equanto uns diziam que lamentavam a morte, outros
gozavam e diziam: Ainda bem que ela
morreu, é menos uma puta no mundo. Ou então Alguém quer um copo de lixívia, é a sua bebida favorita.
Como é que isto cabe na cabeça de
alguém? Como é possível? Não sabem que as pessoas sofrem? Sentem-se sós e não
sabem como viver dali para a frente?
Como é que escrevem que ela vai parar ao
Inferno por ter cometido suicídio quando os seus pais e familiares desejam que
ela tenha paz?
E se fosse um dos vossos? Se fossem
vocês?
Não
me cabem na mente tais atos. Tão sórdidos, premeditados. A capacidade negra e
crítica de desfazer a vida daqueles que mal conhecemos.
Mas sabem que mais? Honestamente, que
algum ser tenha pena de vós. Da vossa ignorância e atitudes, pois, se fosse eu
a decidir o fim da vida de muita gente, não seria tão piedosa quando muitos
dizem ser. Admito imensa coisa. Aceito o arrependimento profundo e sincero,
porém, o desrespeito por aqueles que já se foram, pela família que fica, cria-me
um nó na garganta. Isto, porque, se acham piada a uma situação destas, não entendo
que tipo de pessoas são. Não consigo entender como é que apenas podem
compreender o lado de outra pessoa depois de passarem pelo que ela passou, depois
de sentirem as feridas na pele. No entanto não entendem? Gozar com alguém,
persegui-la, levá-la ao seu limite, matá-la, é um crime. E não estou irritada
por isto ser apenas um crime, mas também por ser uma situação que pode ocorrer
com qualquer um. Não convosco, mas com os vossos filhos, irmãos, amigos mais
próximo e, sinceramente, desejo que nunca aconteça. Pois, se acontecer,
recordar-se-ão do que fizeram e duvido, sinceramente, que consigam viver com
isso por muito tempo.
Por alguma razão, ao julgarmos,
esquecemo-nos que os nossos conhecidos, colegas, pessoas em redor, são jovens,
têm toda a vida pela frente. Que direito temos nós de os deitar abaixo, de os
fazer sentir pior do que nada, como um verme que esmagamos por sentir nojo? Não
temos direito algum. Não somos mais do que ninguém, por mais que tenhamos
vivido na vida.
A rapariga deste vídeo cometeu um erro.
Um erro que qualquer pessoa pode cometer por achar que a pessoa com quem fala,
que lhe pede favores, gosta dela. Desejar que alguém goste de nós, não é
errado. Gozarem com este sentimento, tornarem-no reles, desprezível… já nem
como definir o que fizeram e continuam a fazer. Neste momento, em algum lugar,
há uma pessoa a chorar por se sentir sozinha, alguém sem amigos, alguém que
acredita não pertencer a este mundo. Alguém que pensa erradamente.
Ninguém neste mundo merece sofrer de
bullying por pior que sejam as suas ações Nenhum de nós tem as mãos limpas,
nenhum de nós tem os devidos valores para agirmos como Deus. Se este existir,
pagaremos todos, de um modo ou de outro. Arrependimentos de última hora e
pagamentos para o céu, não apagam o nosso cadastro pessoal. A forma como agimos
a partir de um determinado ponto, é que muda o que somos.
Recordem-se, por favor, antes de julgarem,
gozarem, ou deitarem alguém abaixo, esta pessoa pode estar a viver o seu último
dia de vida e as tuas palavras podem ser a tal gota de água que faz transbordar
o copo. Por favor, não se tornem em assassinos.
Nameless
(Se este texto tiver
erros, desculpem-me, não o revi, nem penso rever. Foi escrito no momento e
ficará assim, até este blog morrer.)
Não vi o vídeo - ainda- mas irei ver.
ResponderEliminarAcho uma estupidez as pessoas criticarem e gozarem com os outros simplesmente porque acham divertido.
Se calhar até já fiz alguém passar mal e nem me apercebi, porque sou um bocado fria com os outros.
Quanto ao suicídio... Bem, já pensei de outra forma, porém, a verdade é que acabar com a vida de alguém está nas mãos de Deus e não nas nossas. Compreendo a auto-mutilação, apesar de ser desagradável quando alguém sente a necessidade de se magoar para se sentir melhor, contudo suicídio jamais. Pode parecer a única saída, mas nunca, mesmo nunca é a solução.
Devíamos todos ter coragem de falar com alguém da nossa confiança e contarmos se somos vítimas de bullying, só que não é fácil. Quem sabe se não nos julgariam ainda mais?
Isto é o que penso, em resumido, porque se não iria fazer um testamento.
Beijos, Alyra*
Pois, Alyra, o problema é que nem toda a gente tem capacidades psicológicas para suportat tais abusos. Uma coisa é seres gozada constantemente, outra, é seres agredida, perseguida, provocada, usada, tentares recomeçar e não conseguires, porque as pessoas do passado não te deixam em paz. E isto, foi o que lhe aconteceu e o que acontece diariamente com muitos. Por causa de um erro, ou uma má atitude.
ResponderEliminarA automutilação também não me parece uma boa saída. Existem psicologos e outras pessoas com quem falar, desabafar. Marcar o corpo, ferir-se, não me parece uma opção.
E, honestamente, Alyra, hoje em dia, o final da vida de alguém já não se encontra nas mãos de deus algum, mas sim nas mãos de qualquer um que se apodere de uma vida que não lhe pertença.
Beijos.