domingo, 10 de março de 2013

427# 100: Céu - 23#

Via-o sempre ali, sentado no  mesmo banco, usando o mesmo casaco velho, de uma cor diferente, porque a original tinha-se ido com o tempo. A idade também já lhe pesava, assim como as camisolas de lã e o palitó mal usado. Devia ter medo do frio.
Sempre me questionei sobre o seu nome, a sua vida e sobre o porquê de passar tanto tempo a olhar para o céu, se este não contava histórias nem respondia a perguntas.
Houve dias em que tive uma certa coragem de me aproximar, de me sentar no mesmo banco, mas não de olhar para ele. Como é que lhe poderia dizer que estava interessada em falar com ele? E, além disso, que seria feita da minha curiosidade se ele me contasse tudo o que eu queria fazer?Que outro mistério teria?
Então, de ombros encolhidos por causa do frio, esqueci a minha coragem, levantei-me e afastei-me a passos largos caminhando para casa. Entre uma das minhas passadas, olhei para trás. O homem fitava o céu e anuiua com a cabeça, como se concordasse com alguma coisa vinda do firmamento.


Nameless

2 comentários:

  1. Adorei o que escreveste. COnsegui visualizar tudo o que tá escrito. Invrível!

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  2. Olá, olá!
    Já experimentaste escrever em verso, tipo poesia? Reparo que tens jeito para escrever, incluindo textos soltos. Podias tentar ser uma poeta por umas horas. Acredito que te ias safar bem :)
    Beijinhos*

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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire