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segunda-feira, 4 de março de 2013

422# Coisas daqui de casa

Acho imensa piada o facto de os meus pais terem a certeza que nenhum dos seus filhos dá valor àquilo que tem. Juro que essas ideias estúpidas dão-me vontade de rir e de lhes perguntar se me lêem a mente ou se ocupam o meu corpo, em alguma parte do dia. Não sei. Não é para ser arrogante - coisa que sou e bastante -, mas para ter a certeza de que não estou a pensar mal nem de forma injusta.
Claro que há coisas as quais não dou valor, em especial, a tecnologia que invade esta casa, mas isso não quer dizer que não a respeite. É que, embora isso não pareça nada irritante, é, porque chega uma altura em que cansa, profundamente, e é nesses momentos que uma pessoa faz a contagem decrescente para sair de casa.
Sim, são coisas estúpidas e mínimas, contudo, são essas coisas que me fazem ficar saturada desta cidade.
 

Nameless

domingo, 4 de novembro de 2012

299# Devaneios - 20#


  Que eu saiba, entre mim mesma, que me vejo humana, mutável e com capacidades de atingir o erro. Entenda eu, comigo mesma, que ainda sou um ser com limites a ultrapassar e a fixar. Entenda eu ainda, comigo mesma e com os outros, que fou falível e, (in)felizmente, extremamente orgulhosa. Que todas as noites, antes de me deitar, compreenda que ainda não encontrei o meu própósito, que a minha marca na vida dos outros não é assim tão grande, é mais diminuta e fácil de apagar. Que recorde também que as minhas palavras são passageiras e não marcantes, como o cântico poético de um filme.
  Penso eu comigo mesma que a minha mente também mente, que ela grita e nada fala! Que eu consiga compreender, ao final de tantos anos de duvidosa existência, que afinal sou um copo com água que, a pouco e pouco, transborda. Eu, tu, vocês, nós! Nós somos copos que transbordam, copos que, depois de vazios,  rolam por uma mesa mais conhecida por vida. E esta vai decidir se rolamos em direção à borda ou se paramos, permanecemos imóveis e silenciosos, num jogo que apenas ela sabe jogar. Se eu soubesse jogar o mesmo jogo, não olharia ser algum com inveja, se tu soubesses jogar não duvidarias dos teus passos, se eles soubessem jogar não receariam uma resposta. Mas como todos nós metemo-nos no jogo sem entender os passos, perdemos. 
  Ela brinca. Ela engana. Ela não chora! Ela, a vida, a mesa, não-quer-saber! Que nos tornemos cacos, que as nossas mentes de espalhem pelo chão imundo que nos espera. Que morramos, não é assim?
  Ai... Que eu saiba entre mim mesma e o meu ser que as horas passam, os desejos mudam e as vontades também. Que saiba para mim de mim que tudo termina. Tudo, menos as palavras. Estas, apenas ajudam ou fazem com que qualquer coisa ganhe o seu final.

Tenham um bom domingo.
Nameless

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

273# Escrever: Desabafo - #

Tenho um problema: Não consigo parar de criar. Preciso de o fazer! Se tenho uma ideia, tenho de escrevê-la, nem que sejam dois capítulos, para nunca mais a tocar, mas tenho de escrevê-la.
Tudo dificulta-se quando entendo para comigo mesma que não consigo terminar nada. Ora pela falta de paciência, ora pelo desânimo, ora pela ideia de que não sou boa o suficiente para escrever seja o que for. Enfim, não sei, há dias em que acordo e penso: merda... mais um dia de merda. E, na verdade, bem que podia ser um dia bem animado ou alegre, se eu estivesse minimamente bem-disposta.
 Não sou o tipo de pessoa que duvida de si mesma, porém, quando o faço, é sem intermédios, vou até o âmago!
 Acho que, o que realmente me enerva, é o facto de não conseguir admitir para mim mesma que gostava de ser publicada, que gostava de receber mais críticas - aqui no blog recebo uma ou outra, e agradeço, contudo, gostaria de saber a opinião de mais pessoas.  - O meu grande receio, ao admitir tal ideia, é que comece a escrever simplesmente com o intuito de ser editada. E isso não quero! Sempre escrevi para mim mesma e sempre o vou fazer. 
 Tenho como intenção publicar um livro aos dezavove e, a partir daí, não parar. Quero simplesmente escrever, pois é disto que gosto.
Sei que, muito provavelmente, não serei a próxima Rowling, para isso, Portugal teria de investir nas artes e as editoras teriam de acreditar nos escritores portugueses e procurar um forma de lançar os seus livros para o estrangeiro. Mas para quê? O que é nacional é bom! Deve ficar dentro do país, não é assim? Por favor, não me gozem! Porque, cada vez que entro numa livraria, doi-me a mente só de pensar em perguntar por um escritor português, porque, não vemos nenhum. Somente José R. dos Santos, Saramago, Luísa Fortes Cunha, Pedro Ventura, Alice Vieira e, os restantes que encontro, não conheço e, muito provavelmente, nem penso em comprar. E porquÊ? Não existe a confiança no produto. Nunca ouvi falar, não sei se é bom, não me recordo do nome, não compro. 
 Mas enfim, saltanto isto que, no Conversas com a Lua críticas a isto é o que não faltam, tenho, pelo menos, duas. 
 Posso dizer a mim mesma que outro receio seria ver alguém com um livro meu na mão e dizer que o odeiava. Pois, o mundo real.
 Nem toda a gente vai gostar do que eu escrever, embora as minhas amigas gostem e digam que escrevo muito bem - algo que não aceito. Os amigos dizem coisas muito simpáticas, porque, ao gostarem de nós, perdem, por vezes, a capacidade de dizerem as verdades nuas e cruas. E, pessoalmente, acredito que não escreva assim tão bem como elas dizem. O que me leva a outro ponto a abordar, mas antes, vou terminar o anterior. 
 A ideia de ter alguém a dizer que o meu livro foi aborrecido, ou está mal escrito, ou é um erro, ou qualquer coisa como tenho por hábito ler e até dizer, quando desgosto realmente de um livro, assuta-me em parte. Uma coisa é receber uma crítica negativa, mas construtiva, outra, é receber uma totalmente negativa, capaz de nos deitar ao chão e não querer levantar. Já ouvi muitas críticas desse género, todavia, este caso, seria bem diferente, pois estaríamos a falar de algo que eu realmente quero.
Retomando o assunto que deixei para trás (este post está enorme): Adoro ler. Leio tudo o que tiver a minha frente desde que queira ler. Não gosto tanto de criticar, mas, se me perguntarem, sou capaz de dar a minha opinião. Agora, admirar, também admiro e bastante. E é essa minha admiração que me deixa com um pé atrás. Tirando este ano e o ano passado, em que devo ter lido uns vinte livros - se tanto, claro -, devo ter lido, sem exageros, uns 60 livros ao ano. E repito, com excepção do ano passado e deste, até o momento.
 Isto aconteceu, por me sentir fascinada com o modo de cada um escrever, com a criação do seu próprio estilo,  a capacidade de imaginar, criar novas coisas, reciclar as já existentes e tornar tudo em algo fantástico, viciante até. E eu gostava de conseguir escrever assim. Adorava, na verdade.
 É ao ler que nos tornamos bons escritores, contudo, ser um bom escritor, implica muito trabalho
e, não é por escrever a três pares de anos ou um pouco mais que sou ótima no que gosto de fazer. Não. Ideia errada. Sou minimamente boa, mas para ser ótima, tenho de trabalhar mais. E mais... Se gosto de trabalho? Quem gosta, raios! Ninguém! O fácil é bom, mas não compensa o sentimento de satisfação no final de tudo.
 Ao final de tanto tempo, como qualquer pessoa que lê escreve, estou a atrabalhar para terminar um livro.  O meu primeiro livro... (Ideia claramente assustadora). Não sei qual será, tenho muitas ideias nas quais trabalhar, se bem que, agora, estou a escrever duas, uma mais do que a outra.
Infelizmente, não estou contente nem com uma, nem com a outra. Não vou editar nada, que o problema é meu. Sei que é meu. Ou é a minha organização, ou a minha vontade, ou a minha mente está colocada em outro sítio Não sei. Só sei que  falta-me qualquer coisa. Sei que sim, porque, cada vez que abro um documento, sinto-me vazia, em vez de entusiasmada. Não sei, mas o melhor é fazer uma pausa. Tenho de fazer uma pausa. Custa, sei bem. Fere-me o orgulho, no entanto, desta vez, tenho de dar o braço a torcer. 

Boa madrugada. Nameless