terça-feira, 20 de dezembro de 2011

42# Vida


Nem todos nascemos com uma folha em branco.
Acredito profundamente que começamos a viver assim que começamos a existir. Por isso, não nos podemos intitular, de todo, uma folha em branco. Todos nós trazemos connosco para este louco cabaré pelo menos uma palavra que nos acompanhará até o final das nossas vidas.
Possuo dois pontos de vista quanto à nossa vida ser o tal cabaret:
a)    Ou é uma bela porcaria, com mais baixos do que altos, onde tudo parece lixar-nos o juízo – digo lixar para passar o termo mais rude
b)     Ou então, é uma festa e sabemos aproveitar todas, ou quase todas as oportunidades, que nos são oferecidas, mesmo conhecendo os altos e baixos da vida.
Durante as minhas viagens de autocarro ou caminhadas, em que tento pensar no que mais ninguém pensa, acabo por observar as pessoas, analisar a suas maneiras de andar e as palavras que usam. Entendo então que as suas cabeças encontram-se sempre abaixadas, as suas palavras são apenas queixas e quase nunca ou mesmo nunca sorriem. Ou seja, a maior parte das pessoas que vejo fazem parte da primeira alínea.
Os donos da segunda alínea são geralmente crianças. Nem falo dos pré-adolescentes ou dos adolescentes, pois estes encontram-se envolvidos por uma onda de vivências muito virada para “Morangos com Açucar”, “Gossip Girl”, “90210”, “Degrassi” e etc… Pois elas continuam e nunca acabam.
As crianças são o sorriso do mundo, o ideal de vivência em termos de alegria, porque sorriem, riem, dizem o que pensam e não têm medo do cometer erros. Aceitam correções e questionam sem limites de porquês e a sua paciência apenas estoira quando não lhes fornecem as respostas que consideram necessárias.
Fielmente, acredito que estas crianças podem ser eternamente donas da segunda alínea, caso não sejam moldadas de um modo, não digo incorreto, contudo, estrito. Pois a nossa sociedade é fixa, os seus valores não mudam, as suas restrições aumentam e apenas o tamanho da roupa é que diminui – para infelicidade da minha vista e pensamentos. Falo como sendo uma adolescente de dezassete anos que presa o seu espaço privado.
Eu, pessoalmente, vejo a minha vida a balançar entre as duas alíneas, como toda a gente, aposto, no entanto, reduzir-me à primeira parece chegar ao risível. Portanto, tento sempre chegar à primeira, sorrir mais do que quero, nunca fingindo o meu estado de espírito, mas tentando analisar o ponto positivo de uma atitude ou consequência errada.

Sorte nº 17, NamelessGirl


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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire