Puxou-me pelo braço. Tinha um ar preocupado e os olhos muito abertos. Estava com medo. Não sabia de quê. Ela não me contava nada. Acho, sinceramente, que a única coisa que me tinha contado com grande verdade durante toda a sua vida, foi que o meu pai era um filho da mãe que bem mereceu morrer, atropelado por um carro, à porta de casa. Ela confessou que não chorou. Ele batia-lhe e, mais tarde ou mais cedo, ele acabaria por findar, provavelmente, pelas mãos da minha mãe. Com isso, já sabia que não temia o meu pai, era outra pessoa. Algum dos seus clientes? Era era relações públicas, passava muito tempo ao telefone e recebia imensas cartas. Algumas, nem abria, queimava, para que eu não pudesse ler.
Parámos de andar, ela fitou-me e afastou-me o cabelo da cara. Começava a sentir o seu medo na minha pele. Abriu a porta do armário e pediu-me que entrasse. Chiu... disse-me com o dedo em frente aos labios. Fechou a porta do armário e afastou-se. Escutei-lhe os passos e, depois, muito depois, um tiro.
A porta de casa basteu e o silêncio foi tomado pela minha respiração, que já nem se conseguia cortar.
Nameless
Uhh, faz lembrar uma cena típica dos filmes :D
ResponderEliminarGostei! Tem um bom dia :)
Beijos, A*
Olá Alyra!
EliminarO tema que me calhou hoje escrever fez-me mesmo lembrar os filmes, por isso é que escrevi este textinho.
Always happy, Nameless
ainda escrevo, qq dia ponho um texto no blogue. cheguei a escrever uma história com 6 capítulos, mas perdi tudo (tinha no disco externo). Talvez um dia me dedique ao mesmo. :)
ResponderEliminarde nada. oh sim isso claro, mas antes disso ainda vamos sofrer muito :D
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