Ninguém
nasce com auto-estima, este sentimento que faz parte do nosso dia a dia, deve
ser cultivado e compreendido por todos.
Fazendo
referência à minha publicação Trauma, sei que esta tarefa não é fácil, porém,
os fatores que nos influenciam não estagnam apenas nas ações de terceiros –
embora estas nos encaminhem e incutam para um determinado trilho.
A
capacidade de comprimir este amor numa determinada pessoa, depende também da
sua personalidade, do seu estado físico e mental. Para isso, esta aptidão deveria
ser ensinada, como se fosse uma disciplina. Consequentemente, acredito que nas
escolas deveríamos ter aulas de auto-estima.
É que, em
doze anos de estudos, analisando todo o meu percurso escolar, interrogo-me que
raio fiz nas aulas de Formação Física, Área de Projeto e Estudo Acompanhado. Em
mais de cem horas perdidas – do 5º ao 9º
ano, agora 10º -, nunca nos ensinaram a
debater, a falar, a gostar uns dos outros ou de nós mesmos, a ser
autossuficientes – algo que comprovo agora que estou no décimo primeiro ano,
pois os meus colegas não sabem tirar apontamentos ou fazer resumos para
estudar, algo que deveria ter sido ensinado nos ensinos básico e preparatório.
Algo que aprendi com os meus pais e com a minha irmã mais velha e que agora
ensino a quem me pede ajuda.
Entre este tempo perdido e o nada que
fazemos, poderíamos estudar e conhecer formas de não nos deixarmos afetar por fatores
exteriores e interiores, combater o que nos pode levar à baixo e arranjar
maneiras de levantar quando caímos. Enfim, deveríamos conseguir bastar-nos a
nós mesmos e a ser mais abertos para com alguém que nos pode ajudar. Porém, a
escola não faz isso, por vezes, procede de modo contrário. A auto-estima não é
apenas o gostar de si mesmo, é também sentir-se bem em qualquer situação, ter a
capacidade de não desistir de nada.
Por exemplo: Hoje estive com uma amiga e reparei, mais do que nunca, que ela
tem uma auto-estima muito baixa, quase nula e o que a leva a este ponto é o
facto de ser forte – odeio a palavra gorda, mesmo que esse seja o termo mais
usado, é o mais ofensivo, mesmo que não pareça. – Contudo, apercebi-me que esse
sentimento de insatisfação consigo mesma foi crescendo ao longo do tempo,
porque ela fez nada para mudar o seu estilo de vida ou para se sentir melhor
consigo mesma. E digo-o porque falei com ela sobre esse assunto e, como
infelizmente esperava, não me fez muito caso. Mostrou-se incomodada com o tema,
aborrecida, desinteressada, tentou escapar ao tema da conversa, mas eu não pude
deixar, pois quero o melhor para ela.
Durante a conversa ela afirmou que o
seu professor de educação física disse-lhe que ela era uma gorda, preguiçosa sem
qualquer tipo de auto-estima, pois recusava-se a fazer os exercícios do mini
trampolim.
Agora pergunto-me: É esse o papel de um
professor? E é o papel dos seus colegas rirem-se ou, no mínimo pedirem ao
professor para ser mais moderado com as suas palavras? Qual é a função da
escola quando sabe de uma ocorrência como esta? Fechar os olhos, porque este
docente não será o primeiro a dizer algo parecido? E como é que o aluno vai
passar a reagir nas aulas seguintes? Se antes não tinha qualquer à vontade terá
algum depois?
É-me possível colocar aqui “n”
perguntas, no entanto apenas volto à fazer referência à afirmação de antes: Se
a escola nos ensinasse mais sobre como nos conhecermos a nós mesmos e como ter
uma maior capacidade de defesa e de entreajuda, mesmo perante um professor, a
reação de um aluno ao longo do ano não seria melhor?
O que eu quero dizer, mesmo que não
tenha sido muito objetiva é que o Ministério da Educação deveria propor aulas
extra-curriculares que nos ensinassem mais sobre nós mesmos e sobre os outros.
Disciplinas que nos ajudassem a viver sociedade, como linguagem gestual,
educação sexual, aulas que nos ajudassem a conhecer as profissões que temos ao
nosso dispor. Os alunos passam, muitas vezes, mais tempo na escola do que em
casa e nem sempre possuem uma relação familiar satisfatória, o que poderia ser
compensado no local escolar.
É apenas uma ideia… Pensem nisso…
Sorte nº 17, NamelessGirl
PS: Este é
o post mais longo que já escrevi…
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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire