Hoje
definiram-me como uma rapariga negativa. No entanto, não pude discordar mais,
porque eu não sou negativista, sou realista. Sei ver o certo e errado na minha
vida, o que me faz bem e o que me faz mal.
Principalmente
agora, que sou mais crescida e que posso pensar por mim mesma e analisar toda a
minha vida até ao momento. Consigo entender que a cada momento que era magoada,
ia criando camadas que me protegessem para o resto dos meus dias, a minha
personalidade ia-se tornando mais rude e eu, automaticamente, não conseguia ser
tão “doce” como era quando era pequena.
Estupidamente,
a culpa não era minha, ou melhor, era, pois nasci gorda e, em criança,
continuei a ser gorda, porque nunca não me importei nem hoje me importo em ser um
estereótipo e porque nunca gostei de chatear os meus pais com pequenas coisas
como: Os meus colegas gozam comigo ou que outra coisa qualquer aconteceu, principalmente
e entendendo que já vivi problemas maiores do que aqueles.
Hoje, sem
qualquer dúvida, tenho a certeza de uma coisa, o meu passado traumatizou-me, a
minha psicóloga – que apenas vi seis vezes na vida ou quase, quando tinha seis
anos ou sete –, disse o mesmo. E isso magoa, porque, supostamente, a infância
deveria estar carregada de boas memórias. Porém, as pessoas que nos rodeiam são
simpáticas o suficiente para não permitir tal coisa e não querem saber, pois
uma gargalhada momentânea sabe bem melhor do que a marca que fica gravada
noutra pessoa para sempre.
Não
exagero, de modo algum, os resultados vêem-se atualmente. Jovens de se
suicidam, genocídios por parte de alunos fartos de tratamento que lhes é dado
por parte de colegas. Pessoas que se escondem por detrás da comida e outras que
deixam de comer, para se encaixarem em moldes para os quais não foram feitos. Ou
seja, são pequenas peças de um puzzle que no final ao serem juntas, terão uma
única palavra: Trauma.
Recentemente,
ouvi dizer que o trauma existe para que não deixemos que determinados
acontecimentos se repitam connosco. Em parte, concordo, todavia, o trauma
limita-nos, pelo menos limita-me, proibi-me de imensa coisa, de modo instintivo
e exaustivo.
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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire