Em ruas
de Lisboa, depois de ter sido arrancada da cama, arrastada para um autocarro,
dois metros, escadas rolantes e empurrada pelo “El Corte Inglés” de S.
Sebastião, apercebi-me mais do que nunca que não suporto pessoas. Contudo, juro
que tento.
Não me
mostro mal disposta, mal encarada, até sou uma pessoa sorridente, todavia, não
suporto que me olhem de lado, que analisem a minha roupa de cima à baixo e que
me comparem com quem eu não me pareço. E muito menos que interrompam uma conversa
minha para se atirarem a um(a) amigo(a) meu(minha) ou para me lançarem uma
piropo ridículo e irritante.
Tento,
todavia, não me é possível compreender o que se passa pela mente dos outros,
porque não gosto de fazer julgamentos quanto ao que alguém é. Desconheço a sua
vida, a sua personalidade, muitíssimas vezes nem sei o seu nome, nem imagino e,
se tentar adivinhar, provavelmente ficarei longe da resposta correta.
Se ignoro
tanta coisa sobre a pessoa, mesmo que pareçam banalidades, que direito tenho de
aborrecê-la com os meus olhares e comentários? Se sei que é de mau tom
interromper a conversa de alguém, porquê fazê-lo e, ainda por cima, ser mal-educada
para com as pessoas em redor.
Por mais
pequeno e inconsistente que pareça o meu incómodo, os aspetos que mencionei são
chatos! Dão-me vontade de bater em alguém e é por isso que, por vezes, desejo
encontrar uma lamparina mágica e pedir ao meu pequeno génio que as chapadas não
doam, só para o caso de me apetecer atacar alguém.
Sorte nº 17,
NamelessGirl
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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire