quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

44# Pessoas


Em ruas de Lisboa, depois de ter sido arrancada da cama, arrastada para um autocarro, dois metros, escadas rolantes e empurrada pelo “El Corte Inglés” de S. Sebastião, apercebi-me mais do que nunca que não suporto pessoas. Contudo, juro que tento.
Não me mostro mal disposta, mal encarada, até sou uma pessoa sorridente, todavia, não suporto que me olhem de lado, que analisem a minha roupa de cima à baixo e que me comparem com quem eu não me pareço. E muito menos que interrompam uma conversa minha para se atirarem a um(a) amigo(a) meu(minha) ou para me lançarem uma piropo ridículo e irritante.
Tento, todavia, não me é possível compreender o que se passa pela mente dos outros, porque não gosto de fazer julgamentos quanto ao que alguém é. Desconheço a sua vida, a sua personalidade, muitíssimas vezes nem sei o seu nome, nem imagino e, se tentar adivinhar, provavelmente ficarei longe da resposta correta.
Se ignoro tanta coisa sobre a pessoa, mesmo que pareçam banalidades, que direito tenho de aborrecê-la com os meus olhares e comentários? Se sei que é de mau tom interromper a conversa de alguém, porquê fazê-lo e, ainda por cima, ser mal-educada para com as pessoas em redor.
Por mais pequeno e inconsistente que pareça o meu incómodo, os aspetos que mencionei são chatos! Dão-me vontade de bater em alguém e é por isso que, por vezes, desejo encontrar uma lamparina mágica e pedir ao meu pequeno génio que as chapadas não doam, só para o caso de me apetecer atacar alguém.

Sorte nº 17, NamelessGirl



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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire