Eu não nego as minhas palavras, mas também não as afirmo de todo. E o mesmo posso dizer quanto aos meus atos. Pessoalmente, não posso dizer que me arrependo de muitas coisas. Não. Arrependo-me apenas de uma coisa: de não viver mais do que realmente posso conhecer. Só disso é que me arrependo, mais nada. Há pessoas que passam metade das suas vidas a pensar em mensagens que mandaram, em coisas que disseram e em pessoas que já nem sabem, ou nunca souberam, os nomes dos próprios avós, quanto mais de quem os recorda.
Move on people!
Gosto de ter os olhos voltados para o presente e para o futuro.
Sempre quis ser fiel a mim mesma e creio que o tenho sido. Não me fico pela vontade, guio-me pelo que acho correto fazer e não pelo que os outros acham certo. Talvez seja essa mesma vontade de ser fiel a mim mesma que me faz pensar seriamente em estudar fora de Lisboa. Necessito de sair do meu espaço de conforto. Preciso de novos desafios e de novos rostos, de testar-me.
O segundo maior arrependimento ainda não me afeta. Nunca trabalhei profissionalmente e mesmo aquele que pode ser considerado o meu trabalho não foi feito, até agora, com grande empenho, ainda estou a procura da coisa que me leve a dar o meu melhor. Espero, sinceramente, que seja o meu curso universitário.
O terceiro, ter coragem de expressar os meus sentimentos... Faço-o, com mais frequência do que alguma vez poderia ter pensado, no entanto, não deixo nada por dizer, pelo menos do que me incomoda. E, se me alegra, aí é que falo e não tenho medo. A maior parte dos sentimentos são temporários, porém, aquilo que dizemos a alguém, num determinado momento, pode ser eterno.
Manter o contacto com os meus amigos... Recentemente mandei uma mensagem a uma pessoa de que gosto muito. Com quem me dei bem, falava até madrugada. Era uma pessoa da minha turma, quando estava na área de CT. Espera que ela me respondesse, porém, esperei mal, pois nem um obrigado por lhe ter dado os parabéns recebi. Não esperava nada, de forma alguma, contudo, podia-me ao menos ter-me respondido ao olá que lhe mandei. Embora me tenha aborrecido, e ainda aborreça um bocado, se for a pensar no assunto, vejo que a nossa amizade foi morrendo com o tempo, desde que mudei de área. Isto faz-me sorrir com escárnio, do mais puro que há, porque eu sempre procurei manter a amizade com esta pessoa, todavia, tenho de reconhecer a derrota e entender o que é meu, volta.
Por fim, deixar-me ser mais feliz. Vou deixar. Tenho de deixar. Tenho como resolução de ano novo pensar mais em mim e isso aplica-se à minha escolha de sair de Lx. Não posso cá ficar porque dava jeito à minha mãe ter-me em casa, ou porque alguns dos meus amigos vão sentir a minha falta. Não posso. Se baseio as minhas escolhas consoante àquilo a que me moldo? Sim. No entanto, está na altura de deixar os moldes para trás e seguir comigo mesma pela mão. Egoísmo? Sim e ainda bem! É que, modéstia a parte, sou das leoninas (de signo) mais simpáticas e altruístas que conheço e isso até consegue ser irritante. Minha gente, de vez em quando, temos de ser egoístas. Esta coisa é nova para mim, porém, acreditem, acho que me vou sair bem.
Sejam quais forem os meus arrependimentos antes de morrer, espero que não sejam nenhum destes cinco. Espero arrepender-me por não ter visto o sol nascer no dia anterior, ou por não ter preparado uma refeição para a pessoa de quem mais gostar. Quero ter um arrependimento parvo, que me faça rir e não lamentar. Como já disse antes, quando falei da palestra, afinal, a vida tem mais celebrações do que ressacas.
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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire