sábado, 9 de fevereiro de 2013

399# Teatro: Histórias Escritas por Mim - De uma Mulher Sem Pudor - 4#



Estava eu a ler uma das peças que escrevi e dei comigo a ler a Selminha Moraes, uma das minhas personagens criada em uma semana, para um fim que está cada vez mais longe de se cumprir. Embora não seja grande coisa, gostei imenso do que escrevi a pressa e sem qualquer revisão.
Sem qualquer intenção, deixo-vos aqui a última cena da peça De Uma Mulher Sem Pudor.


"Selminha Moraes – Roberto, Roberto… Infelizmente não podes remendar os teus erros, uma vez que alguém está morto, não pode ser ressuscitado. Sabem, quando morremos, não são só os nossos olhos que ficam mais leves. É também o coração e a mente. Enquanto vivia, sempre achei estúpida aquela ideia de que a dor sentia-se no peito, mas naquela tarde em que encontrei o senhor Roberto Ferreira, não foi a dor da faca que mais me magoou, foi a dor de saber que ele tinha sido o meu confidente durante anos a fio. O facto de ter chegado a dizer que, se fosse mais velho, poderia ser meu pai. E, de certo modo, o era. Agora jaz no outro lado do mundo, com a alma perdida. É triste saber que ele sabia o que lhe esperava e, mesmo assim, ver que cometeu tal erro. Todos sabemos que é pecado, todos sabemos que esse tipo de morte faz sofrer mais. Todos sabemos que não há salvação para os que tiram a própria vida. Mas mesmo assim, tenho de o congratular pela coragem e condená-lo. Já Einstein dizia: “Só existem duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. E não estou muito seguro quanto a primeira.”"

 
Nameless
 

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"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire