sábado, 24 de novembro de 2012

322# NaNoWriMo: 24 de Novembro - O que me move - 14#


"Chega uma altura em que tenho de tirar o peso e a preguiça das costas, esquecer as críticas que se encontram no futuro e olvidar-me de quem ainda não conheci. Chega uma altura em que tenho de estranhar e entranhar, conhecer e julgar, compreender e dar o outro lado da face. Bem, minha gente, acho que chegou essa altura."
  Escrevi isto há uns tempos, pensando que apenas me faltavam três capítulos para terminar o NaNoWriMo. O problema com que me deparei foi que, se terminar este desafio, não terei desculpas para dizer que não sou capaz de terminar coisa alguma. Já alguma vez tiveram o peso desta ideia na vossa mente? Deixam-me dizer-vos que é chato. É chato porque, o que me move, é a escrita.
  Não queria admitir isso, nunca quis, mas, por favor, há qualquer coisa em mim que vai para além daquilo que vivo. Há qualquer coisa em mim que me diz que destoa do mundo real, que se aborrece com o que diariamente vê e que inventa uma história para tudo. Há uma parte de mim que tem sede do passado que não viveu, mas que quer tudo e mais alguma coisa, tudo o que podia ter presenciado. Não chamo a isto o medo de encarar o presente, nem de entender o futuro. Chamo a isto a vontade de escrever histórias que foram perdidas por não terem tido uma voz que a contasse. Eu quero ser essa voz.
  Há imensa gente que diz que gostaria de viver em mundo de magia, que fala de feiticeiros, dragões, guerreiros, elfos, enfim, personagens. Mas ficam-se por aí, pelo desejo e não atingem a vontade. Não trabalham as suas mentes ao ponto de não pararem, de estarem sempre a trabalhar, a dar o máximo e criar cada vez mais! É provável que isso acabe por ser um problema, para mim consegue ser, mas a minha mente não pára! A minha volta toda a gente se transforma numa personagem, crio diálogos e cenas que jamais acontecerão. Encaro todas as personagens e falo de forma distinta. Falo sozinha, porque estou a pensar, a criar o que nunca escreverei, o que se vai perder com o vento, porque ele leva as palavras.
  Não têm noção de como é caminhar e ver que as pessoas nos fitam de lado, porque anda a pensar em voz alta, porque caminho com um caderno na mão e uma caneta na outra, porque, quando chove, fecho o guarda-chuva para poder tirar uma folha e escrever qualquer coisa que me passe pela cabeça. As pessoas interrogam-se, aborrecem-se por não obterem a resposta a uma pergunta que eu não respondo: O que é que tanto escreves?
  Não respondo, porque não escrevo. Não escrevo nada, não penso em nada. Tudo resume-se a DADA!
  Contraditório? Sim, porque, enquanto não terminar alguma coisa de vez, será como se nada tivesse escrito, como se tudo que tenho em cadernos, documentos, folhas perdidas, fosse um treino e nada mais. E é, pela vontade de escrever, de poder dizer que escrevo ou escrevi alguma que me meti no NaNoWriMo.
  Por isso, fica aqui minha gente, no início deste texto, as minhas palavras de afirmação em relação ao que quero fazer. Pessoas, a 1 de Dezembro, se alguém me perguntar o que é que tanto escrevo, direi, sem qualquer problema ou dificuldade: Escrevo uma história.


With Love, Nameless

2 comentários:

  1. Eu detesto escrever à frente dos outros. Fazem centenas de perguntas e irrita-me imenso. Prefiro fazê-lo discretamente, nas aulas que são aborrecidas (foi assim que comecei a minha história) ou no telemóvel, a caminho de algum sítio, à falta de papel e cante/lápis.
    Nunca acabei nada, infelizmente. Mas tenho a noção de que é por falta de empenho e dedicação, se não, já teria algo concluído.
    Inventas uma história para tudo? Bem, para tudo não, contudo, invento bastantes coisas. O mundo real não me satisfaz, preciso de mais e mais.
    Beijinhos*

    ResponderEliminar
  2. Eu escrevo em qualquer lugar, desde que tenha uma caneta e papel. Até em guardanapos escrevo, se for necessário.
    E sim, crio uma história para tudo o que vejo. Acho que ainda tenho a imaginação de um criança... =P

    ResponderEliminar

"Posso não concordar com uma só palavra tua, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lá."__ Voltaire